sábado, 23 de maio de 2009

Meu dedo mindinho

Ainda lembro do toque de ponta de dedo, lá no fundo do Atlântico.
Conversavas com outro que nao eu, e a ponta do meu mindinho roçava no teu.
Foi em Santa Teresa que meu corpo estremeceu. Num programa inesperado, uma mirada de canto de olho e uma conversa sobre contas fizeram de ti meu conto, sem fadas, sem final feliz, mas, de enredo supreendente.
Santa Teresa tem magia, tem o bonde que leva e traz alegria, mas o mar tem mistérios que a nossa vã filosofia não é capaz de entender; foi no fundo do oceano que o irremediável boom aconteceu.
Tuas digitais se perpetuaram em mim, e talvez tu nao saibas, mas, o que eu mais amo em ti é a ponta do teu dedo, o mindinho. Esse dedo que parece apenas compôr o arranjo estético da mão, parece frágil e quase sem função é também o dedo da infância,que sela o pacto, que engancha, da forma mais espontânea, desde sempre, desde que a gente é gente e nao sabe porquê.
Meu amor por ti vive no meu mindinho e, ainda assim, não tem dimensão.