segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hey, Snoopy! Tem lugar pra mim aí em cima do telhado?

Você já se perguntou hoje qual o sentido de sua existência?

Não o faça. As tentativas são inúmeras, as conseqüências devastadoras e a probabilidade de resposta convincente é mínima, eu diria inexistente.

O fato é que voltei e minhas pupilas se mantiveram inalteradas.

Pra onde foram as almas espelhadas?

“Irrefleti”.

O verão se foi, meus amores também.

Entorpeço, simulo e não esqueço.

Penso no ciclo de tudo, e é claro, a insatisfação é minha fiel escudeira.

A metáfora do ciclo se converte numa imagem nada agradável de minha menstruação. É natural, fundamental, mas dói, machuca; mais cedo ou mais tarde torna-se indesejável.

Essa história de começo e fim é um saco.

Eu gosto mesmo é do meio, do “bololô”, da confusão.

Prefiro pensar na abrangência da dualidade.

Adoro plurais. Nunca me contentei com uma só opção de lanche durante a merenda. Aliás, eu nunca entendi porque minha mãe preparava a minha merendeira desse modo. Bolo de chocolate e suco de laranja num dia ou pãozinho com queijo no outro. Faltava a bolacha salgada antes ou depois de qualquer coisa minimamente doce. Aliás, eu sempre preferi comer o doce antes do salgado, só pra depois ter vontade de comer o doce de novo - e comê-lo.

Sempre foi e sempre será assim.

Agora, eu pago o pato, e alguém o come.

Tive prazeres em dobro, dores em quádruplo.

Provei tanto do mundo; “indigeri”.

Ontem, comprei jujubas numa esperança inútil de adoçar a vida e alimentar a criança que talvez ainda existisse aqui dentro; método fracassado.

Nem o cigarro foi capaz de abortar essa tensão sexual infindável que há em mim.

Tô cansada, alias, cansei.

O mundo gira e meu corpo segue o movimento em busca de respostas.

Não faço a menor idéia do que esteja a perguntar.

Fujo do monstro do ser. Eu.

Chega de saudade, chega de Sartre, chega de Freud.

Eu! Quero é simplificar.

Cansei de viver. Eu! Agora, só quero existir.

Exatamente nessa ordem.

Por hora não há espaço pra poesia.

Restamos Eu, o silêncio, e a palavra iminente.

Não sei quando volto, nem pra onde vou.

Mas, meu trem sai amanha as 14 h.

6 comentários:

COTELGRAMPS disse...

viver nao é vivivel. viver nao é relatavel. c.lispector

Narrativa da Vida disse...

Simples, claro, sicero, profundo...

Muito bom!

Unknown disse...

Muito inteligente e irreverente como sempre! Vecca voce é FODA!!!!

Adoro suas particularidades!

Bjos!

Marell

Marie Penelope disse...

Quem disse que Snoopy te quer no telhado com ele???????Cai fora jacaré!!!!!!Vá DESCONSTRUIR seu telhado, dona moça!?Cheia de dona e cheia de moça.É o doce com salgado.Whisky com dendê e por que não açaí na tequila?

TE AMO

Anônimo disse...

Maravilhoso,adorei, ao mesmo uma mistura de poesia,e sedução com um
a linguagem irreverente.
BEIJUSS
ROSE

Anônimo disse...

Amiga!! Amei seu texto!! Sou sua fã, já te falei isso, né? Saudades imensas!! Te amo!! Bjs! Letch!