domingo, 26 de abril de 2009

Quando seca a poesia o que resta é perversão - a pior possível.

Minha parede tem marcas de baratas mortas, matadas por mim.
Farelos de tudo povoam a minha cama e nutrem as baratas vítimas do meu ciclo cínico e cruel.
O estalo do chinelo na parede e o som inconfundível do inseto esmagado ativam os sensores do meu corpo e me inundam de vida.
Nesse instante a minha buceta exala vida e morte pelo quarto.
Eu não tenho pena da barata. E não me sinto culpada por nada, muito menos pela sua existência ou sua aparição.

3 comentários:

Naty disse...

Forte, pesado e rebelde...são grandes as facetas de uma poeta.

o ^ ! disse...

Ótimo texto Veca! Gostei muito!!!!!
Só gostaria de ter lido junto a ti (e ter matato alguma tb euehehuehu).
Saudades e bjaum.

Anônimo disse...

Nunca imaginei que baratas poderiam nutrir uma buceta de vida!!!!
Ai minha buceta imaginaria!!!!!!!!!